Impacto crise – Administradora de condominios Contagem
O momento é de atenção. Uma série de indicadores sugere que a economia brasileira, de fato, passa por um período de instabilidade: a taxa de desemprego fechou o ano de 2015 beirando os 8,5%; a inflação oficial bateu os 10,7%, maior índice desde 2002 e com sensível aumento nos setores alimentício e de habitação; o Produto Interno Bruto (PIB) — garantem especialistas internacionais — fechará o ano de 2016 com queda de 3,5%.
Esse cenário tem contribuído para um aumento da dívida doméstica brasileira. Segundo a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor, apurada em 2015, pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), 61,1% das famílias brasileiras passaram o ano passado com o orçamento comprometido, e, especialmente no último trimestre, houve aumento nos índices gerais de inadimplência.
Impacto crise – Administradora de condominios Contagem, reflexos no caixa
As consequências do arrocho no orçamento familiar foram sentidas em diversas esferas. Em Belo Horizonte, em 2015, por exemplo, o número de ações judiciais por inadimplência da taxa condominial cresceu cerca de 25% em relação a 2014.
Fica fácil entender o porquê. Com menos dinheiro e mais dívidas, restou a muitos condôminos escolher quais contas pagar no fim do mês. Entre os juros exorbitantes do cartão de crédito e do cheque especial, a possibilidade de corte de fornecimento de luz e gás no caso de moratória dessas contas e as penalidades previstas em caso de inadimplência da taxa condominial, não ficou dúvida: foi mais fácil ficar devendo o condomínio. Isso porque, desde 2002, com o Novo Código Civil, o teto da multa por atraso de condomínio caiu de 20% para 2%.
Impacto crise – Administradora de condominios Contagem, reflexos na folha
Quando o dinheiro está curto, a folha de pagamento se transforma em uma das maiores preocupações do síndico. No geral, ela representa boa parte dos gastos do condomínio. Em alguns, chega a comprometer mais de 80% dos recursos financeiros da unidade. É especialmente problemática por ser o tipo de gasto que não dá para adiar. São compromissos trabalhistas que precisam ser honrados, em dia. E não se esqueça também do Acordo Coletivo que, apesar de haver uma divulgação em mês recorrente todo ano, trata-se de uma negociação que pode se arrastar para meses seguintes.
Mas como cumpri-los em um cenário de crise, com inadimplência crescente e aumento geral nos preços? E mais: é possível economizar no pagamento de funcionários?
A dica para o síndico é, antes de mais nada, realizar um levantamento dos pagamentos efetuados para saber onde o condomínio pode gerar economia. O primeiro passo pode ser a redefinição dos contratos de trabalho com empresas terceirizadas de limpeza e portaria, por exemplo. Já em relação ao quadro fixo, deve-se evitar as horas extras e negociar mudança nos horários, estabelecendo turnos de serviço mais longos ou a alternância de dias de trabalho, o que possibilita a redução de gastos como o vale-transporte e alimentação dos dias não-trabalhados.
Impacto crise – Administradora de condominios Contagem, contornando a crise
As dicas pontuais de combate à crise não excluem um planejamento mais estruturado das finanças para driblar o período de turbulência. A elaboração de um caixa para despesas urgentes pode livrar os síndicos de problemas nesses tempos de crise. Trabalhar com caixa com um pouco mais de sobra para fazer frente à indadimplencia, bem como situações emergenciais e contingências, de forma a não onerar o condômino inesperadamente!
Se for necessário, o síndico não deve hesitar em reajustar as cotas condominiais. Isso permitirá cobrir o aumento nos gastos da unidade. O reajuste ajudará a equilibrar o fluxo de caixa do prédio. Só é importante que ele seja validado pela assembleia de condôminos.